21/09/2016

SÉRIE CRUSH | OUTLANDER


Desde Mad Men e Downtown Abbey que não me apaixonava desta forma por nenhuma série. Está visto que a minha preferência "seriéfila" recai sobre dramas históricos, que abordem o mais possível factos reais. 

OUTLANDER é drama histórico, tem factos reais, outros pura ficção, mas vai muito, muito para além disso. Espero conseguir transmitir-vos o porquê.


Estou a escrever este post minutos após terminar de ver o último episódio emitido, ainda com um turbilhão de emoções à flor da pele. Foram duas temporadas vistas compulsivamente, com episódios intensos (já vão perceber porquê) de uma hora, episódios longos que me pareceram curtos demais. Agora, é esperar pela terceira e quarta temporadas (já confirmadas) e rezar para que haja pela menos 8, o mesmo número que compõe a saga literária de Diana Gabaldon, na qual a série é inspirada. 

Quando OUTLANDER foi para o ar, não tardou em ser baptizada como um Games of Thrones para senhoras. Não parecia absurdo que o canal de televisão americano Starz procurasse uma mega produção capaz de rivalizar com o gigante HBO. Acabaria por encontrá-la na saga de Diana Gabaldón, o fenómeno literário feminino que conta a história de Claire (Caitriona Balfe) e Jamie Fraser (Sam Heughan), dois personagens de séculos diferentes que vivem a mais bonita história de amor alguma vez contada. 


Mas como isto é possível? 


Não sem uma boa dose de fantasia, através de uma viagem no tempo, desde a Escócia do século XX, até ao século XVIII. E aqui começa e termina a fantasia, já que tudo o resto na série é, ou poderia ser, bem real. 



Depois da Segunda Guerra Mundial, Claire, uma enfermeira inglesa que havia estado no campo da batalha, reúne-se com o marido, um historiador, para uma espécie de segunda lua de mel pela Escócia. O que estava longe de saber é que essa viagem marcaria para sempre a sua vida, já que, depois de assistir a uma cerimónia pagã, de repente acorda em pleno século XVIII, no meio da batalha entre tropas inglesas e os rebeldes escoceses. Sem saber como chegou ali, Claire só quer encontrar o caminho de volta para casa. 


A ideia é interessante. Claire encontra-se num mundo que não é o dela, numa sociedade sofrida e desconfiada, no meio de escoceses brutos que rapidamente se dão conta de que esconde algum segredo. Mas como dizer-lhes que não é uma espia inglesa, mas uma mulher que provém do futuro?
Como explicar a atracção arrebatadora que sente por um jovem escocês, quando está casada com um homem 200 anos mais tarde? Poderia falar-se em traição quando o marido nem sequer havia nascido? E até que ponto queria voltar? 


Claire e Frank no séc. XX.

Claire e Jamie no séc. XVIII. 


Mais do que este dilema romântico, OUTLANDER é uma super produção rodada em plenas Highlands escocesas, aquelas paisagens verdes e húmidas que século após século continuam praticamente intactas. É trechos da história da Escócia, as batalhas, a luta pela independência. É um guarda-roupa e uma recriação de cenários maravilhosos. E é uma banda sonora arrebatadora, com um genérico - Skye Boat Song - de arrepiar. 


SEXO, VIOLÊNCIA E CORAGEM


No entanto, para mim, o grande triunfo da série está na intensidade das cenas, conseguidas após o grande trabalho de adaptação do guionista Ronald D. Moore, que conseguiu transformar uma história quase juvenil - Diana Gabaldón não é propriamente alta literatura - num argumento para adultos. 

Algumas cenas são tão fortes e tão reais, que há momentos em que sentimos o coração a saltar pela boca. Fortes, porque há sexo, há violência, há sadismo. Há as cenas eróticas melhor rodadas da história da televisão (fala-se que a química entre Sam Heughan e Caitriona Balfe é de tal forma real, que resultou numa relação fora dos ecrãs). Há violência sádica, com o personagem do capitão Black Randall, um antepassado do marido de Claire, a fazer de Ramsay e Joffrey de Game of Thrones uns autênticos anjos. 



Foi com este personagem, o capitão inglês Jack Randall, que vi a cena mais impactante da minha vida. De uma violência e depravação tal, que depois de ver nos faz querer levantar e aplaudir de pé o grande trabalho dos actores envolvidos. Sam Heughan e, principalmente Tobias Menzies, o actor que dá vida a dois personagens tão diferentes na série: Frank, o marido de Claire no século XX, e Jack Randall, o antepassado que persegue a protagonista como uma espécie de peso na consciência pelos comportamentos adúlteros.

Jamie e os rebeldes jacobitas em plena batalha contra as tropas inglesas.



Não me quero alongar muito mais. Estou-me a segurar para não fazer spoilers, portanto, o melhor é terminar por aqui e esperar que vocês tenham a sorte de pegar nesta história. Façam esse favor a vocês mesmos, de verdade!

Para terminar, só vos quero dizer que OUTLANDER não é a primeira viagem no tempo que vemos em televisão, muito menos a primeira mulher a impor-se num mundo de homens, seja no século XVIII, XX ou XXI. Não é a primeira série de nada. Mas é a primeira que me fez chorar. E por isso, para mim já quer dizer alguma coisa (nunca antes uma história de ficção me havia feito derramar uma lágrima)!

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